11/11/2016

Vacina contra dengue é testada em moradores da Zona Oeste do Recife

Pesquisadores optaram pelo Engenho do Meio, bairro próximo à Fiocruz.
Na capital pernambucana, são necessários 1,2 mil voluntários para testes.

Do G1 PE


Moradores do bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife, que aceitaram o convite feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) participam dos testes da vacina contra a dengue, que tiveram início no último dia 20 de outubro. Na capital pernambucana, a Fiocruz precisa de 1,2 mil voluntários. 

O teste da vacina da dengue em pessoas está sendo feito em todo o Brasil. Os voluntários devem ter entre dois e 59 anos de idade. A cada consulta, a Fiocruz oferece transporte para os participantes. Para facilitar o acesso dos voluntários às consultas, foi escolhido o bairro do Engenho do Meio, próximo ao campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde a sede da Fiocruz no estado está situada.

“Nós vamos precisar seguir essas pessoas, elas precisam estar disponíveis a serem avaliadas, pelo menos, 10 vezes ao longo desse segmento. Então, como o bairro do Engenho do Meio é um bairro próximo à Fiocruz, a mobilidade dessas pessoas é bem mais fácil. Foi por isso que nós escolhemos esse bairro”, esclarece a médica Cynthia Braga, pesquisadora da Fiocruz em Pernambuco.

Para poder participar, os voluntários fazem vários exames para confirmar se estão com a saúde em dia. De acordo com os pesquisadores, não há risco para as pessoas, que têm acesso a todas as informações necessárias.

O estudante Dênis Paulo da Silva se voluntariou e, agora, é um colaborador dos estudos da vacina contra a dengue. “Vai trazer uma consciência para todos, caso venha a ser um resultado positivo. Com certeza, todos vão querer ter essa vacina para sair ilesos dessa doença”, afirmou o voluntário.

A vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceira com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e outros centros de pesquisa, como a Fiocruz. No Brasil, os pesquisadores apostam em uma dose única que seja capaz de proteger contra os quatro tipos de vírus que causam a dengue. Os voluntários vão ser acompanhados por cinco anos. Nesse período, os pesquisadores vão analisar se a vacina foi eficiente na proteção contra a dengue.

Histórico
Em 2008, o Instituto Butantan firmou parceria com NIH e passou a desenvolver no Brasil uma vacina similar a uma das estudadas pelo instituto americano, composta pelos quatro tipos de vírus da dengue. Um dos grandes avanços do Butantan no desenvolvimento da vacina, segundo o instituto, foi a formulação liofilizada (em pó), que garante a estabilidade necessária para manter os vírus vivos em temperaturas não tão frias.

Isso permite seu armazenamento em sistemas de refrigeração comum, como geladeiras, além de aumentar o período de validade da vacina em um ano. Nas etapas anteriores, a vacina foi testada em 900 pessoas. Seiscentas na primeira fase de testes clínicos, realizada nos EUA pelo NIH, e 300 na segunda etapa, realizada na cidade de São Paulo.

0 comentários: