11/03/2014

Pernambuco recebe Congresso Internacional 50 anos do Golpe e a Nova Agenda da Justiça de Transição no Brasil

Encontro tem apoio do Governo do Estado e ocorre até a próxima sexta-feira na Universidade Católica com a presença de representantes de 16 países
“Os jovens brasileiros precisam conhecer a verdade sobre os acontecimentos históricos dos chamados “anos de chumbo” no Brasil e a luta pela redemocratização do país, para que se tenha uma nação mais justa e se possa resguardar para as gerações futuras o legado de luta que nosso povo conquistou e merece ser preservado”. A afirmação foi feita, na manhã de hoje (10), pelo secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, que representou o governador Eduardo Campos e fez a fala de fechamento da solenidade de abertura do Congresso Internacional 50 anos do Golpe e a Nova Agenda da Justiça de Transição no Brasil. O evento, que reúne representantes de 16 países, é promovido pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça com o apoio do Governo do Estado e ocorre até a próxima sexta-feira (14), na Universidade católica de Pernambuco.
Na ocasião, o secretário destacou, ainda, que Pernambuco se sente honrado em sediar um encontro dessa natureza, não só pelos trabalhos realizados pela Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC), que tem esclarecido e feito justiça em muitos casos envolvendo a morte e o desaparecimento de presos políticos pernambucanos, assim como por ser um estado de tradições libertárias e de história de resistência à dominação colonial, a exemplo da Confederação do Equador e da Revolução Pernambucana de 1817.

O presidente da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, disse que, agora, se faz necessário discutir as medidas de continuidade e de reparação dos danos causados às famílias durante o regime militar e estender as ações aos demais países da América Latina que foram, a exemplo do Brasil, vítimas de golpes semelhantes. “É preciso manter as Caravanas da Anistia, os seminários temáticos e as inúmeras iniciativas tomadas no sentido de resgatar a verdade desde momento histórico nas inúmeras iniciativas tomadas pelos mais diversos estados, estimulando as pesquisas acadêmicas, as dissertações de mestrado e as teses de doutorado”, pontuou.

Para o presidente da CEMVDHA, Fernando Coelho, o seminário em alusão aos 50 anos do golpe militar no Brasil, realizado no Recife, abre espaço para a restauração da verdade de um dos períodos mais obscuros da história do país e que deixou inúmeras famílias por anos sem respostas sobre o destino e o verdadeiro motivo da morte de seus filhos. “Estamos buscando justiça e passando a limpo para as gerações subsequentes ao golpe”, afirmou.

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