19/02/2014

PT AINDA DISCUTE ENTREGA DE CARGOS AO PSB


O processo de entrega dos cargos ocupados pelo PT nas administrações do PSB do Governo de Pernambuco, Recife e Paulista está desgastando o partido; a análise é do deputado federal Fernando Ferro (PT) que cobra uma solução rápida sobre o assunto para evitar novos problemas dentro do partido; apesar da determinação, feita em outubro de 2013, para que os cargos ocupados nas gestões socialistas fossem entregues, alguns petistas pernambucanos ainda integram as administrações do PSB; o caso mais notório era o do presidente da sigla no Recife, Oscar Barreto, que só pediu exoneração da secretaria Executiva de Agricultura de Pernambuco na última segunda-feira (17)

Mariana Almeida, Pernambuco 247 - O processo de entrega dos cargos ocupados pelo PT nas administrações do PSB do Governo de Pernambuco, Recife e Paulista está desgastando o partido. A análise é do deputado federal Fernando Ferro (PT) que cobra uma solução rápida sobre o assunto para evitar novos problemas dentro do partido que já sofre com um racha interno desde as eleições municipais de 2012. Apesar da determinação, feita em outubro de 2013, para que os cargos ocupados nas gestões socialistas fossem entregues, alguns petistas pernambucanos ainda integram as administrações do PSB. O caso mais notório era o do presidente da sigla no Recife, Oscar Barreto, que permaneceu como secretário executivo de Agricultura devido a “um pedido do governador Eduardo Campos [PSB]” e só pediu exoneração da secretaria Executiva de Agricultura de Pernambuco na última segunda-feira (17).

“Essa é uma questão que tem de ser resolvida. Está desgastando. Mas a nacional [Executiva] praticamente referendou a decisão que tinha sido tomada no Estado. É uma questão de ajuste por conta da realidade. Não faz sentido realmente essa permanência nos cargos”, afirmou Ferro, durante entrevista à Rádio Folha.

Apesar de defender uma solução rápida quanto a questão, Ferro afirmou que a entrega dos cargos nos municípios ainda pode ser conversada. “É algo que pode ser discutido”, afirmou o parlamentar. “O PT não tem só aliança com o PSB em Paulista e no Recife. Existem outros municípios, onde governamos ou onde somos vices com outros partidos. Isso pode desencadear um processo de tensionamento que eu acharia desnecessário para as administrações municipais”, observou o parlamentar.

Um dos principais ápices da pendenga e que se transformou a devolução dos cargos ocupados pelo PT, Oscar Barreto afirmou que manteve o cargo a despeito da decisão partidária por um pedido do governador Eduardo Campos. “No dia 22 de outubro eu entreguei o cargo ao governador de Pernambuco e ele me pediu para ficar um pouco mais para a resolução de várias tarefas. Existiam vários temas dentro da pasta que precisavam de uma memória para serem concluídos”, declarou Barreto à Rádio JC News, nesta quarta-feira (19).

O PT de Pernambuco formalizou a entrega do cargos ao Governo Estadual no dia 20 de outubro de 2013, após uma reunião realizada entre as cinco tendências mais fortes dentro do partido. Correntes menores, entretanto, afirmaram que a decisão não foi tomada de forma consensual, aumentando as discussões internas da sigla.

A decisão do PT foi uma resposta à saída do PSB do Governo Federal, em ocasião da candidatura de Campos, como provável candidato à Presidência da República. Segundo os petistas, a ação foi realizada devido à impossibilidade de o PT permanecer na base socialista quando o PSB caminha nacionalmente na direção de uma oposição à administração da presidente Dilma Rousseff (PT).

Na época, a deputada estadual (hoje presidente do PT em Pernambuco), Teresa Leitão, afirmou que o PT “não pode mais remoer a questão dos cargos”. “É um bode que está na sala e já está fedendo. Vamos entregar os cargos e continuar a vida”, afirmou a petista, na época. Quase quatro meses depois, o assunto ainda gera cizânia dentro do PT e não dá mostras de acabar tão cedo.

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