18/10/2013

NÃO PARA DE SAIR FAÍSCA NO PT DE PERNAMBUCO


O presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, "desceu o sarrafo" tanto no senador Humberto Costa, da corrente Construindo Um Novo Brasil (CNB), como no deputado federal João Paulo, Articulação de Esquerda (AE); "É muito cacique sem índio", disse; a declaração veio após as duas correntes anunciarem a entrega dos cargos do PT no Governo de Pernambuco

 A união interna no PT pernambucano parece mais um sonho do que um objetivo real dos seus integrantes em apaziguar os ânimos dentro da legenda. Após os aliados do ex-prefeito João da Costa (PT), como a deputada estadual Teresa Leitão, terem criticado o anúncio, no último domingo (13), da tendência Construindo Um Novo Brasil (CNB), liderada pelo senador Humberto Costa, de entregar os cargos petistas no Governo Eduardo Campos, o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, "desceu o sarrafo" tanto no parlamentar como no deputado federal João Paulo, da corrente Articulação de Esquerda (AE). "É muito cacique sem índio", disse o dirigente, nesta quarta-feira (16), em entrevista à Rádio Folha.

Barreto foi um dos petistas que apoiaram o então prefeito João da Costa, principal desafeto político de João Paulo, durante a campanha da prévia partidária no primeiro semestre de 2012, quando o ex-chefe do Executivo municipal disputou contra o deputado federal na época Maurício Rands.

Assim como aliados de João da Costa, o presidente do PT recifense se mostrou indignado com a decisão da CNB e da AE, em parceria com outras correntes, de anunciar a entrega dos cargos do PT no Executivo estadual, seguindo a orientação do ex-presidente Lula e do presidente nacional da legenda, Rui Falcão, como uma maneira de isolar o PSB do presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no estado, uma vez que o gestor disputará o Palácio do Planalto em 2014 contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Diante da falta de entendimento no PT, que se alastra desde o primeiro semestre do ano passado, quando o partido passou pela maior crise política de sua história e perdeu o comando da Prefeitura da capital pernambucano após 12 anos, as declarações de Barreto expõem, novamente, a dificuldade de se estabelecer um consenso intrapartidário.

Na entrevista, o dirigente questionou a autoridade de Humberto Costa e do ex-prefeito do Recife João Paulo – este último foi vice do senador na eleição municipal 2012 – dentro da legenda. "Os companheiros não conseguem mais dialogar com o PT, não têm mais autoridade dentro da própria ala. Eles não sabem nem a que tendência pertencem", alfinetou Barreto, que também é secretário executivo estadual de Agricultura.

Com o anúncio do CNB de entregar os cargos, João da Costa declarou que o presidente do PT em Pernambuco, deputado federal Pedro Eugênio, aliado de Humberto Costa e de João Paulo, não lhe representa mais, jogando mais lenha da fogueira dentro do partido. Nesta quarta-feira (16), em entrevista ao Pernambuco 247, Eugênio foi taxativo.

"Se alguém acha que eu tomei uma atitude que não está de acordo com o que é pensado, é uma opinião. Mas essa opinião não destitui o fato de que eu ainda sou presidente do PT no estado, e represento os petistas institucionalmente", disse. Na mesma reportagem, Humberto Costa argumentou a decisão da CNB. "Nós saímos do governo porque vimos que não dava mais para continuar em uma administração que condene o PT da maneira que Eduardo vem fazendo durante as inserções nacionais", afirmou.

Integrantes do Diretório do PT pernambucano terão, neste domingo (20), uma reunião para oficializar a entrega ou não dos cargos do partido na gestão do governador Eduardo Campos (PSB). O encontro ocorre das 9h às 13h, no Hotel Jangadeiro, bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Cuio

Pernambuco 247

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