31/10/2011

Mais de 20 anos após terremoto, João Câmara (RN) volta a registrar atividade sísmica e preocupa população


A madrugada de 30 de novembro de 1986 nunca será esquecida pela população de João Câmara (79 km de Natal). Naquela madrugada, um terremoto de 5,1 pontos na escala Richter destruiu ou danificou –segundo autoridades à época– cerca de 3.000 casas e levou centenas de moradores a se mudar da pacata cidade do interior do Rio Grande do Norte.
Vinte e cinco anos depois daquele que é considerado o tremor de terra que causou mais danos materiais da história do país, a cidade voltou a viver, este mês, uma nova série de abalos sísmicos de média magnitude. Entre os dias 12 e 24 foram nove abalos com mais de dois pontos na escala Richter. O maior deles ocorreu na terça-feira (24) e atingiu magnitude 2,8 –a escala vai até nove. A sequência foi suficiente para deixar população e autoridades em alerta.
Para especialistas, a possibilidade de um novo terremoto é real, porém, imprevisível. A única coisa certa é que o reinício das atividades sísmicas deve ser vista com atenção. ”De certa maneira é [motivo de preocupação], porque ninguém sabe o que vai acontecer. Hoje não dá para saber o que significa o retorno dessa atividade sísmica, pois há muitos anos ela não era registrada. As autoridades já foram alertadas. Agora não há muito o que fazer, a não ser monitorar a área. E isso estamos fazendo”, afirmou o coordenador do laboratório de Sismologia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Joaquim Ferreira.
Segundo Ferreira, essa é a maior série de tremores registrada desde o terremoto de 1986. Naquele período, a região também viveu uma atividade sísmica intensa, com tremores medianos antes e depois do terremoto. A atividade só cessou em 1993. Desde lá, a cidade registrou outros tremores, mas sempre com intervalos mais longos.
Os eventos registrados este mês são no mesmo lugar do tremor que atingiu a cidade há 25 anos. “A diferença é que, naquela época, os tremores começaram ao norte e foram indo em direção ao sul, onde deu esse maior tremor. Agora é diferente, pois começou onde ocorreu aquele há 25 anos atrás. Não podemos prever se os tremores vão continuar, se vão parar”, afirmou Ferreira.


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