28/01/2017

PREFEITO DE ÁGUA BRANCA-PB PODE SER CASSADO POR “NÃO COMPRAR VOTOS”


Mesmo depois de passar 57 anos no controle do poder político no município de Água Branca, sertão da Paraíba, o grupo comandado pelo ex-prefeito Tarcísio Firmino e seu irmão Júlio César ainda não se conformaram com a derrota advinda das urnas nas eleições de 2016.
Sob o argumento de que o atual Prefeito Tom e o Vice Beroaldo Gomes teriam gasto pouco dinheiro na campanha, eles ingressaram com uma nova ação na Justiça Eleitoral pedindo a cassação dos diplomas daqueles que foram eleitos pela vontade soberana do povo.

Numa campanha desacreditada por muitos por conta das limitações financeiras e dificuldades para fazer frente a um monopólio político que já durava mais de meio século, a vitória do PMDB em Água Branca é vista como a vitória de Davi contra Golias.

Impulsionada principalmente pelos jovens, a campanha do jovem prefeito teve um estilo diferente e sem gastos mirabolantes. Ele se reunia nos bairros, ruas e comunidades com o povo para discutir os problemas e suas soluções. Com os pés no chão e na poeira, na mesma altura e com igualdade para com os correligionários, Tom não precisou, nem tinha como, comparar-se e querer gastar da maneira como os seus adversários o fizeram.

Pelo contrário, ao que consta, a campanha foi pautada em ideias e propostas de governo. Além de intenso trabalho de conscientização que surtiu o efeito e resultado esperado. O PMDB venceu a coligação O Trabalho Não Pode Parar formada pelo PSB, PROS, PSDB, PP e DEM com 2.974 votos. O que representa em termos percentuais 50. 99 % dos votos válidos.

Derrotada nas urnas, a referida coligação recorreu à justiça que também já se pronunciou em uma ação negando o pedido de afastamento de Tom e reconhecendo como legitima sua prestação de contas. Porém, o inconformismo se manteve e agora, Júlio César Firmino, representante da coligação ingressou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral para insistir no pedido de cassação. (ASCOM)

Entre as alegações para o pedido de cassação está afirmação de que Tom e Beroaldo gastaram pouco dinheiro; a não prestação de contas de 10 bandeiras e a doação de um carro Fiat Uno para funcionar como propaganda na campanha.

A defesa de Tom considerou argumentos pífios e totalmente descabidos, tendo em vista que a vontade popular do povo de Água Branca era tão evidente por mudança que os próprios populares confeccionavam suas bandeiras à revelia dos candidatos. Além disso, a doação do carro, bem como o proprietário doador, o senhor Daniel Rodrigues da Silva, foi plenamente identificado e tudo esclarecido no processo. 

Acredita-se que o Prefeito Tom esteja inteiramente tranquilo quanto ao resultado jurídico dessa AIJE. Uma simples análise, para quem conhece a realidade de Água Branca, é suficiente para concluir que as possibilidades de abuso do poder econômico seriam bem maiores por parte de quem estava com a máquina pública a 57 anos do que quem simplesmente almejava uma mudança de governo e ocupar o Poder Executivo pela primeira vez.

  (Cauê Rodrigues)

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