Em depoimento à CPI da Petrobra, ex-deputado Pedro Corrêa (PP), condenado na Ação Penal 470, o chamado escândalo do mensalão, afirma que foi o ex-presidente Lula que indicou Paulo Roberto Costa para diretoria da Petrobras e diz que "querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua"
Pernambuco 247 - O ex-deputado Pedro Corrêa (PP), condenado na Ação Penal 470, o chamado escândalo do mensalão, depôs nesta terça-feira (12) à CPI da Petrobras. Segundo ele, não existe diferenciação entre os partidos políticos, uma vez que "todos são iguais" e se valem das mesmas práticas para se beneficiarem. O ex-parlamentar disse, ainda, que nunca recebeu qualquer repasse de dinheiro feito pelo doleiro Alberto Youssef e que as indicações políticas para cargos em empresas estatais e ministérios é prática comum aos partidos integrantes da base aliada.
As respostas de Corrêa irritaram os membros da CPI por conta das referências de que os seus respectivos partidos também são coniventes com irregularidades. Ao responder pergunta da deputada Eliziane Gama (PPS-MA) a respeito do envolvimento de mais de 30 políticos do PP na Operação Lava Jato, Corrêa foi enfático. "Todos são iguais", disse. "Meu partido (PP) não é diferente dos outros partidos. Eu conheço todos eles. Nenhum partido é diferente porque as eleições são todas iguais. Se a pessoa não tem o governo por trás, a igreja por trás, uma estrutura por trás, não se elege. E lá no nordeste a senhora sabe como se faz uma eleição lá, já que é de um estado que foi dominado por uma oligarquia durante muitos anos", disparou.
A declaração provocou reação de deputados como o democrata Onyx Lorenzoni (DEM-RS) "O meu partido não é igual. O meu partido expulsa quem rouba", afirmou. "Eu fui do partido de Vossa Excelência. É igual sim", rebateu Corrêa.
Segundo o ex-parlamentar, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006, quando ele já não era mais deputado. "Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?", questionou.
"Eu sei onde está", contestou o deputado Ivan Valente (PSOL). "O senhor foi presidente de partido (PP), o senhor faz política, o senhor repassou o dinheiro para os deputados do seu partido", concluiu. E leu trechos de depoimentos que mencionavam repasses para vários deputados do PP, inclusive a filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Corrêa. "Minha filha só foi eleita da primeira vez por conta da votação de Paulo Maluf e Celso Russomanno em São Paulo", disse.
E completou: "Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro? Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe", disse Corrêa. "Tem sim. O Lula", rebateu o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). "Como o Lula tem influência? Tanto não tem influência que querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua", disparou Corrêa. E também afirmou que foi o ex-presidente que colocou Costa na Diretoria. “O diretor de Abastecimento da Petrobrás, que se eu não me engano a memória era um tal de Manso, ele se atritou com a diretoria e o presidente Lula convidou o Paulo Roberto Costa para ser diretor de Abastecimento”, afirmou Corrêa, ao comentar a nomeação do delator ao cargo, em 2004. “Isso era a notícia que chegou para mim.”
Ele admitiu ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "O senhor o apoiou para ser nomeado?", perguntou Valente. "Eu o apoiei para ser nomeado para outra empresa, a TBG, e depois ele se credenciou para ir para a Petrobras", respondeu Corrêa.
O ex-deputado negou que o PP ameaçou sair da base aliada caso Paulo Roberto Costa não fosse nomeado. Segundo Correa, na época o líder do PP era o deputado José Janene – apontado por Alberto Youssef como o principal nome do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras por meio do pagamento de propina por empresas contratadas.
"O presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa por pressão do PP?", perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF). "Quem nomeia é o Conselho Administrativo da Petrobras. O governo só indica", respondeu Corrêa.
*Com informações da Agência Câmara
As respostas de Corrêa irritaram os membros da CPI por conta das referências de que os seus respectivos partidos também são coniventes com irregularidades. Ao responder pergunta da deputada Eliziane Gama (PPS-MA) a respeito do envolvimento de mais de 30 políticos do PP na Operação Lava Jato, Corrêa foi enfático. "Todos são iguais", disse. "Meu partido (PP) não é diferente dos outros partidos. Eu conheço todos eles. Nenhum partido é diferente porque as eleições são todas iguais. Se a pessoa não tem o governo por trás, a igreja por trás, uma estrutura por trás, não se elege. E lá no nordeste a senhora sabe como se faz uma eleição lá, já que é de um estado que foi dominado por uma oligarquia durante muitos anos", disparou.
A declaração provocou reação de deputados como o democrata Onyx Lorenzoni (DEM-RS) "O meu partido não é igual. O meu partido expulsa quem rouba", afirmou. "Eu fui do partido de Vossa Excelência. É igual sim", rebateu Corrêa.
Segundo o ex-parlamentar, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006, quando ele já não era mais deputado. "Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?", questionou.
"Eu sei onde está", contestou o deputado Ivan Valente (PSOL). "O senhor foi presidente de partido (PP), o senhor faz política, o senhor repassou o dinheiro para os deputados do seu partido", concluiu. E leu trechos de depoimentos que mencionavam repasses para vários deputados do PP, inclusive a filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Corrêa. "Minha filha só foi eleita da primeira vez por conta da votação de Paulo Maluf e Celso Russomanno em São Paulo", disse.
E completou: "Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro? Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe", disse Corrêa. "Tem sim. O Lula", rebateu o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). "Como o Lula tem influência? Tanto não tem influência que querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua", disparou Corrêa. E também afirmou que foi o ex-presidente que colocou Costa na Diretoria. “O diretor de Abastecimento da Petrobrás, que se eu não me engano a memória era um tal de Manso, ele se atritou com a diretoria e o presidente Lula convidou o Paulo Roberto Costa para ser diretor de Abastecimento”, afirmou Corrêa, ao comentar a nomeação do delator ao cargo, em 2004. “Isso era a notícia que chegou para mim.”
Ele admitiu ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "O senhor o apoiou para ser nomeado?", perguntou Valente. "Eu o apoiei para ser nomeado para outra empresa, a TBG, e depois ele se credenciou para ir para a Petrobras", respondeu Corrêa.
O ex-deputado negou que o PP ameaçou sair da base aliada caso Paulo Roberto Costa não fosse nomeado. Segundo Correa, na época o líder do PP era o deputado José Janene – apontado por Alberto Youssef como o principal nome do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras por meio do pagamento de propina por empresas contratadas.
"O presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa por pressão do PP?", perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF). "Quem nomeia é o Conselho Administrativo da Petrobras. O governo só indica", respondeu Corrêa.
*Com informações da Agência Câmara
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