17/10/2014

CRUVINEL: OS CANDIDATOS PASSARAM DO PONTO


"Dilma poderia ter se poupado de dizer que nunca dirigiu 'drogada e embriagada'. Passou do ponto", afirma a jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, em sua análise sobre o pugilato de ontem, no SBT; no artigo, ela questiona também a resposta de Aécio às acusações de nepotismo, quando acusou o irmão de Dilma, Igor Rousseff, de ter recebido sem trabalhar na prefeitura de Belo Horizonte, e a tentativa de distorcer uma fala da presidente sobre corrupção; na sua avaliação, nem Aécio, nem Dilma fizeram o suficiente para conquistar novos votos; "Chamar Dilma de mentirosa o tempo todo cola? Convence os indecisos? E dizer o tempo todo que eles, os governos tucanos, nada fizeram, também cola? Fará sentido para os indecisos?", questiona

247 - O debate presidencial mais agressivo desde 1989 mostrou dois candidatos que passaram do ponto em seus ataques e agressões. É como avalia a jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, em seu artigo "Debate foi antes de tudo chato".

Segundo Tereza, "chatos e furiosos", os dois candidatos se repetiram, mas, desta vez, passaram do ponto. "Em seu conteúdo, o que o debate de hoje no SBT trouxe de novo em relação ao da Band foi também na área do pugilato: Dilma contornando o alambrado para abordar o fato de Aécio ter se recusado a soprar o bafômetro e levando uma descompostura dele: 'tenha a coragem de fazer a pergunta diretamente'. Dilma poderia ter se poupado de dizer que nunca dirigiu 'drogada e embriagada'. Passou do ponto. Cada vez que um deles cruza a linha do debate civilizado, o outro sobe o tom na próxima rodada e o nível cai mais um pouco", afirma.

Tereza Cruvinel também questionou o posicionamento de Aécio em relação a Igor Rousseff, irmão da presidente, e sua tentativa de distorcer uma fala dela, no debate anterior, sobre corrupção. "Outra novidade, vinda dele, foi da mesma natureza. Tendo ouvido novamente a acusação de ter empregado parentes em Minas, afirmou, e ela não contestou, que o irmão foi empregado da prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel mas não trabalhava. E também aquela exploração do tropeço dela nas palavras. No debate da Band, quem assistiu entendeu que Dilma se enrolou com as palavras ao afirmar que 'ninguém está acima da corrupção' e que 'qualquer um pode cometer corrupção'. Ela estava claramente querendo dizer que nenhum governante está livre da ação de corruptos, que sempre poderá haver alguém cometendo ilícitos, cabendo ao governante vigiar, investigar e punir", disse a jornalista. "Mas Aécio cobrou dela uma explicação para estas palavras em sua acepção linear. 'Então é isso que a senhora pensa, que qualquer um pode cometer corrupção e fica por isso mesmo?'. Ou coisa assim. Apelação. Dilma poderia ter reconhecido que se expressou mal e protestado contra a distorção das palavras. Limitou-se a refazer o raciocínio do debate anterior, desta vez de modo compreensível."

Em sua coluna, ela afirma ainda que nem Aécio nem Dilma fizeram o bastante para conquistar novos votos. "Chamar Dilma de mentirosa o tempo todo cola? Convence os indecisos? E dizer o tempo todo que eles, os governos tucanos, nada fizeram, também cola? Fará sentido para os indecisos? Deste jeito, poderá haver mesmo um grande contingente de eleitores decidindo na última hora, ao sabor do humor do dia, e não da convicção."

Leia a íntegra no blog de Tereza Cruvinel.

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