O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, se disse tranquilo diante da possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as obras do Porto de Suape e da implantação de banda larga, atrelada aos questionamentos da oposição sobre a Petrobrás. Na terça (1º), a Mesa Diretora do Senado fez a leitura dos requerimentos para criação de duas CPIs, uma da base aliada e outra da oposição.
“O governo tem maioria de deputado e senador e pode abrir a CPI que ele entender que deve abrir. Eu acho que a discussão que essa nação deseja nesse instante é uma coisa equilibrada que respeite a maior empresa brasileira, que é a Petrobras”, afirmou Campos a jornalistas na manhã desta quarta (2), após a inauguração de uma fábrica em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. “Essa atitude [da base governista de criar uma CPI própria] às vezes pode ser entendida como infantilidade ou quase como uma confissão de culpa de que há alguma coisa errada, um medo que se faça um debate sobre a Petrobrás, mas [estou] completamente tranquilo”, acrescentou.
A CPI apresentada por senadores da oposição é mais restrita e propõe investigar somente supostas irregularidades na Petrobras. A CPI ampliada, apresentada por senadores governistas, prevê a investigação da Petrobras, mas também licitações suspeitas do metrô de São Paulo, estado governado pelo PSDB, principal partido de oposição; e as atividades da Petrobras e do Porto de Suape para viabilizar a construção e a operação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
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Encabeçada pelo líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), a CPI governista ainda pede que se investigue 'convênios e contratos firmados por estados e municípios para aquisição de equipamentos e desenvolvimento de projetos na área de tecnologia da informação utilizando recursos da União'. Nos dois casos, a criação das CPIs foi questionada, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ficou de decidir nesta quarta (2) se as comissões vão funcionar ou não.
Provável candidato do PSB à presidência, Campos voltou a negar possível interesse eleitoral na implantação da comissão. “A campanha deve ser discutir o Brasil, discutir a economia. [...] O povo deseja que faça um debate, não pode ser um debate emocional, agressivo, desrespeitoso. Tem que ser uma coisa com bom senso. O povo brasileiro foi para as ruas para dizer que queria serviços públicos melhores e esses serviços melhores não vão vir com um debate eleitoral pobre, agressivo, desqualificado”, apontou o socialista.
Doações
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou recentemente uma nova resolução, aprovada em fevereiro, em que os partidos devem divulgar claramente na prestação de contas o dinheiro recebido por empresas ou pessoas físicas e repassado a candidatos, visando assim acabar com as 'doações ocultas'. Apesar de afirmar desconhecer a resolução, Campos disse ver com bons olhos a decisão. “Tudo aquilo que apostar na transparência dos financiamentos de campanha tem a nossa solidariedade”, disse.
Do G1 PE
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