SERRA TALHADA - O clima de disputa política entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos (PSB), é expresso logo na entrada de Serra Talhada, município sertanejo a 415 quilômetros do Recife, onde a presidente inaugura na tarde desta segunda-feira, 14, mais um trecho da Adutora do Pajeú. O primeiro trecho desta obra já havia sido inaugurada por Dilma e pelo agora opositor Campos, em março do ano passado.
Quase lado a lado, dois outdoors expressam feitos dos governos federal e estadual: "Dilma é apoio aos agricultores, obrigado pelos equipamentos", diz um, enquanto o outro fala de "mais uma ação do governo do Estado na saúde", com a chegada de medicamentos excepcionais. Campos renunciou ao cargo no início do mês para disputar o Palácio do Planalto.
O primeiro trecho da adutora - que vai de Floresta a Serra Talhada, com extensão de 118 quilômetros - foi inaugurada no dia 25 de março do ano passado, em um evento com a presença de Dilma e de Campos. O segundo trecho, com extensão de 18 quilômetros, de Carnaíba a Flores, foi inaugurado em setembro por Campos e pelo ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), ainda na base aliada. O terceiro trecho a ser inaugurado nesta tarde tem 60 quilômetros e vai de Carnaíba a Afogados da Ingazeira.
O prefeito de Afogados da Ingazeira e também presidente da Associação dos Municípios de Pernambuco, José Patriota (PSB), agora também na oposição, estranhou o fato da inauguração não ser no seu município. "Seria o mais lógico". Ele observou ser "raro" um presidente ir duas vezes ao mesmo lugar para uma inauguração.
A chegada da presidente no Estado do provável adversário no mesmo dia em que Campos anuncia Marina Silva como candidata a vice na chapa PSB-Rede, em Brasília, é avaliada como uma forma de dividir as atenções e já mostrar força do governo federal em Pernambuco.
"O clima está acirrado", reconhece o prefeito do PT, Luciano Duque, que disse ter pago, do próprio bolso, três outdoors para recepcionar a presidente. Cada um custou R$ 800,00. O outro aborda o programa Minha Casa, Minha Vida, com 899 casas já construídas, e o terceiro, a atenção ao ensino infantil e fundamental.
Duque providenciou os outdoors na última sexta-feira, quando a vinda da presidente foi confirmada. "É uma forma de gratidão". Ele admitiu que não havia agenda prévia da visita presidencial e garantiu que um protesto de professores, realizado na porta da prefeitura pela manhã, nada tinha a ver com a presença da presidente. Um dos cartazes dos manifestantes que dizia "Presidente Dilma, aqui professor ganha R$ 1 mil" foi logo retirado com a chegada da reportagem. Os professores querem aumento de 15% no salário que é 7,7% acima do piso nacional.
"O protesto já estava agendado, foi uma coincidência", explicou ele, ao negar que a primeira etapa da adutora do Pajeú já houvesse sido inaugurada. Ele frisou que somente com a inauguração, hoje, do terceiro trecho, é que a primeira etapa da obra estará realmente concluída.
Quase lado a lado, dois outdoors expressam feitos dos governos federal e estadual: "Dilma é apoio aos agricultores, obrigado pelos equipamentos", diz um, enquanto o outro fala de "mais uma ação do governo do Estado na saúde", com a chegada de medicamentos excepcionais. Campos renunciou ao cargo no início do mês para disputar o Palácio do Planalto.
O primeiro trecho da adutora - que vai de Floresta a Serra Talhada, com extensão de 118 quilômetros - foi inaugurada no dia 25 de março do ano passado, em um evento com a presença de Dilma e de Campos. O segundo trecho, com extensão de 18 quilômetros, de Carnaíba a Flores, foi inaugurado em setembro por Campos e pelo ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), ainda na base aliada. O terceiro trecho a ser inaugurado nesta tarde tem 60 quilômetros e vai de Carnaíba a Afogados da Ingazeira.
O prefeito de Afogados da Ingazeira e também presidente da Associação dos Municípios de Pernambuco, José Patriota (PSB), agora também na oposição, estranhou o fato da inauguração não ser no seu município. "Seria o mais lógico". Ele observou ser "raro" um presidente ir duas vezes ao mesmo lugar para uma inauguração.
A chegada da presidente no Estado do provável adversário no mesmo dia em que Campos anuncia Marina Silva como candidata a vice na chapa PSB-Rede, em Brasília, é avaliada como uma forma de dividir as atenções e já mostrar força do governo federal em Pernambuco.
"O clima está acirrado", reconhece o prefeito do PT, Luciano Duque, que disse ter pago, do próprio bolso, três outdoors para recepcionar a presidente. Cada um custou R$ 800,00. O outro aborda o programa Minha Casa, Minha Vida, com 899 casas já construídas, e o terceiro, a atenção ao ensino infantil e fundamental.
Duque providenciou os outdoors na última sexta-feira, quando a vinda da presidente foi confirmada. "É uma forma de gratidão". Ele admitiu que não havia agenda prévia da visita presidencial e garantiu que um protesto de professores, realizado na porta da prefeitura pela manhã, nada tinha a ver com a presença da presidente. Um dos cartazes dos manifestantes que dizia "Presidente Dilma, aqui professor ganha R$ 1 mil" foi logo retirado com a chegada da reportagem. Os professores querem aumento de 15% no salário que é 7,7% acima do piso nacional.
"O protesto já estava agendado, foi uma coincidência", explicou ele, ao negar que a primeira etapa da adutora do Pajeú já houvesse sido inaugurada. Ele frisou que somente com a inauguração, hoje, do terceiro trecho, é que a primeira etapa da obra estará realmente concluída.
(Estadão de S. Paulo)
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