As imagens foram gravadas dias depois do homicídio. "Eu sou inocente, porque eu nunca tive problema com esse promotor. Não tenho, nem nunca tive inimizade com ele. Eu não sei onde a polícia foi buscar esta possibilidade, se receberam alguma denúncia ou alguma coisa. Porque não tenho inimizade nenhuma com esse rapaz".
José Maria disse que no dia do assassinato, 14 de outubro, estava na cidade de Águas Belas, no Agreste. "Toda segunda-feira, eu fico vizinho ao posto Santa Rosa, no escritório do meu filho, que é advogado, para pagar os trabalhadores. Fico de 8h até as 12h".
Ele também nega que estivesse no carro que foi usado para perseguir o veículo do promotor. "Não tem como eu ter dirigido este carro, porque eu estava no posto. Tem mais de 10 testemunhas de que eu estava neste local e não tem como eu ter dirigido o carro".
A polícia afirma que o cunhado dele, Edmacy Ubirajara, teria matado o promotor com quatro tiros de espingarda 12. Edmacy está preso no Cotel, em Abreu e Lima. José Maria afirma que não manteve contado com o cunhado no dia do crime. "Eu não tive contato nenhum com Edmacy no dia do crime e se tem essas imagens, eu desconheço. Eu ando na cidade dia de feira e ele anda também, podem haver imagens minhas e dele em locais diferentes".
A disputa pela Fazenda Nova é a principal linha de investigação da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco. José Maria teria sido expulso do local depois de uma ação na Justiça. Mysheva Martins comprou a sede da fazenda num leilão da Justiça Federal. Ela teria recebido ajuda do noivo, o promotor Thiago Faria. Segundo a investigação, isso poderia ter motivado o crime. O suspeito negou esta acusação e disse que nunca recebeu qualquer tipo de intimidação do promotor. "De maneira alguma, quando ele chegou lá e namorou com Mysheva, ela já tinha comprado parte da fazenda, 25 hectares. A fazenda não é minha. Eu não tenho terra lá, não sou herdeiro, não tenho nada lá na Fazenda Nova. Minha esposa é herdeira de lá e eu ficava lá, porque mexia por lá, mas não tenho terra. Eu não dependo de Fazenda Nova, porque eu tenho duas propriedades, minhas mesmo".
De acordo com a SDS, nesta fazenda há uma fonte de água mineral. José Maria poderia estar vendendo água para os moradores desta região. "Isso é uma inverdade. Fazenda Nova tem água e eu distribui água para o povo. Fui candidato a vereador, puxei água com 7km de distância e dava água ao povo no verão, na seca dei muita água ao povo".
Ele falou também sobre a relação que tinha com Mysheva Martins e com a família dela. "A família Martins, toda vida foi minha amiga e são meus amigos". Questionado do porquê de Mysheva ter afirmado que o seu cunhado, Edmacy Ubirajara, atirou no promotor, José Maria afirmou que a acusação não tem fundamento. "Ele está provando que não foi ele e eu tenho certeza de que não foi. Ela está tentando incriminar a minha família".
José Maria disse ainda que fugiu para não ser preso inocentemente. "Estou esperando, confio na Justiça, confio também no trabalho que a polícia está fazendo e logo que eu tiver a oportunidade, eu vou provar minha inocência. Saí de casa porque a polícia foi lá. Saí para provar minha inocência, porque se eu tivesse ficado provavelmente eles teriam me levado preso inocentemente".
Ele finaliza o vídeo mandando uma mensagem para a família. "Sei que estão todos preocupados, minha mulher, meus três filhos, mas eu peço a eles que tenham calma, paciência, que na hora certa, no tempo certo, faço questão de provar minha inocência".
A SDS e o Disque-Denúncia seguem as buscas para tentar prender o suspeito. José Maria é considerado foragido. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 10 mil por informações que ajudem na prisão dele.
Entenda o caso
Promotor trabalhava no comarca de Itaíba,
no Agreste (Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
O promotor foi assassinado com quatro tiros de espingarda 12 na cabeça e morreu dentro do carro, no dia 14 de outubro, quando seguia paraItaíba pela rodovia PE-300. Thiago Faria Soares tinha 36 anos e era noivo da advogada Mysheva Martins. Ela e o tio estavam dentro do carro do promotor, mas escaparam sem nenhum ferimento. À polícia, ela disse que se escondeu e conseguiu fugir.
A principal linha de investigação aponta para uma discórdia sobre a posse da Fazenda Nova, que fica em Águas Belas, no Agreste, arrematada em um leilão pela noiva da vítima. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o posseiro das terras, teve de deixar o local depois de uma ação judicial. Por causa de uma dívida trabalhista na Justiça Federal, Mysheva Martins conseguiu comprar a sede da fazenda. Nesse processo, ela teria recebido ajuda do noivo, o promotor Thiago Faria. Na desapropriação, ele esteve na fazenda com um oficial de Justiça. José Maria é suspeito de ser o mandante do crime e está foragido.
Do G1 Caruaru
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