16/01/2013

População de Pesqueira, PE, utiliza água de barragem de área indígena



A cidade de Pesqueira, no Agreste pernambucano, está enfrentando o problema da seca com uma solução emergencial. A população utiliza a água que resta na barragem de Pão de Açúcar, que fica em terras indígenas.

"A sobrevivência da família depende dessa água e há uma preocupação muito grande de a gente ficar sem ela", conta a professora Paula Feitosa.

Aproximadamente 200 litros de água saem de Pão de Açúcar pelo leito do rio, mas apenas 65 litros chegam à estação elevatória, de onde é distribuída a Pesqueira. De acordo com o gerente da Compesa Edevaldo Alves, não está sendo possível abastecer toda a cidade. "Não conseguimos tirar a barragem do colapso, temos de 25 a 30% do que seria necessário para atender o município", conta.

Em dezembro de 2012, a capacidade da barragem era de 49,88% de água. Um mês depois, os níveis caíram 2,5%. Se continuar nesse ritmo, é possível que não haja água na barragem de Pão de Açúcar até o fim do ano.

Lideranças locais e representantes da Compesa e da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) se reuniram com a comunidade de índios para discutir o assunto. Durante a reunião, a população participou e sugeriu soluções para o abastecimento. O cacique Marcos Xukuru acredita que um novo ponto de captação garantiria que a água da barragem durasse mais. "Poderia fazer um ponto de captação próximo à área indígena, mas fora do território. O trajeto da água seria pequeno, cerca de 9 quilômetros. Hoje ela percorre quase 30 quilômetros até o ponto de captação. Isso ia diminiuir o fluxo de água saindo da barragem e íamos ter uma durabilidade muito maior da água", explica.

O gerente da Compesa explicou ainda que a companhia vai acelerar um projeto que pretende construir uma estação de tratamento junto à adutora, na fronteira da área indígena, para ter mais água para Pesqueira e economizar na retirada de fluxo da barragem.

Do G1 PE

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