luz do resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011,
em que o Município de Tabira obteve Nota 4,0 alusiva à análise das Séries
Iniciais e Nota 3,2 às Séries Finais do Ensino Fundamental, considero
pertinente explicitar algumas questões, a fim de que a população de Tabira
possa compreender amiúde do que realmente se trata esse índice e quais impactos
ele provoca na Educação Pública.
A
princípio, é importante esclarecer que o IDEB não se traduz numa ferramenta
para ranquear Redes e Escolas, fazendo alusão às melhores e piores
instituições, mas num mecanismo de autoavaliação, que permite às Unidades de
Ensino traçarem suas metas de acordo com as realidades e possibilidades de cada
uma. Digo isso pelo conhecimento de causa que possuo, ao passo que integro da
Comissão de Assessoramento da Prova Brasil (um dos instrumentos que compõem o
IDEB) no INEP/MEC, representando a UNDIME Nacional, e conheço de forma bem
particular o cerne dessa avaliação.
Numa
análise comparativa superficial ao IDEB 2009, divulgado em 2010, pode-se chegar
à conclusão de que só houve avanço no índice das Séries Finais do Ensino
Fundamental, haja vista que o das Iniciais permaneceu no mesmo patamar, Nota
4,0, e o das Finais ascendeu de 2,8 para 3,2. Mas tomar essa conclusão é
equivocar-se. Há Escolas que conseguiram excelentes resultados, o que deixa e
mim, e todos da equipe de Profissionais da Secretaria Municipal de Educação,
extremamente entusiasmados, como demonstrarei mais abaixo.
É
imperativo compreender que o IDEB é calculado levando-se em consideração as
taxas de Reprovação e Evasão (desistência) Escolares, outros aspectos do eixo
social e a Prova Brasil, aplicada pontualmente em turmas do 5º Ano (antiga 4ª
Série) e 9º Ano (antiga 8ª Série) do Ensino Fundamental, contendo questões de
Língua Portuguesa e Matemática.
No
tocante à proficiência dos nossos estudantes na Prova Brasil do 5º Ano, a
maioria das Escolas Municipais conseguiu cumprir suas metas, avançando
significativamente nos seus resultados, a exemplo das Escolas Rurais Cônego
Luiz Muniz do Amaral – Borborema – e Cícero Correia – Brejinho – seguidas pela
Escola Municipal Semente do Saber e outras, como a Escola Municipal Dona Toinha
que, embora não tenha se superado no quadro comparativo com 2009, ainda figura
como a detentora do maior índice da Rede Pública de Tabira (entenda-se Rede
Pública como a junção das Redes Municipal e Estadual).
Outrossim,
quando há a análise do desempenho da Prova Brasil do 9º Ano, TODAS AS ESCOLAS
MUNICIPAIS avançaram, com explícito destaque à Escola Rural Municipal Cícero
Correia, figurando, nesse ínterim, entre as 5 com os melhores resultados da
Rede Pública do Sertão do Pajeú, que congrega 17 municípios.
Com
os resultados detalhados em mãos, a Secretaria Municipal de Educação iniciará,
agora, uma série de oficinas pedagógicas por Escola da Rede, a fim de
oportunizar aos professores e demais profissionais da área uma compreensão mais
pormenorizada dos seus avanços e dificuldades, com vistas ao estabelecimento e
cumprimento de Metas para que consigamos obter a verdadeira qualidade no ensino
e, também, na aprendizagem, porque para mim configuram processos distintos, à
medida que nem sempre quando há ensino obtém-se a aprendizagem.
Torna-se
mister, contudo, conclamarmos às famílias responsáveis pelos nossos estudantes
a necessidade de estarem mais presentes, de buscarem acompanhar mais
atentamente a vida escolar dessas crianças e jovens que, certamente, serão os
futuros profissionais que impulsionarão nossa querida Tabira, à luz de que
cuidar e educar não é tarefa exclusiva da Escola, cujos educadores não podem
absorver toda a carga de responsabilidade, tal qual o senso comum lhes atribui.
Desde
o momento em que vi os resultados do SAEB 2011, me faço perguntas que, creio,
muitos cidadãos gostariam de me fazer e anseiam pela resposta: Você está
satisfeito com o resultado? De quem é a culpa pelo índice das Séries Iniciais
não ter crescido? Por que outros municípios avançaram mais que Tabira?
Não
posso abster-me de ser verdadeiro. Não, não estou satisfeito, e isso é fato!
Poderíamos ter avançado mais, poderíamos ter apresentado melhores resultados.
Conheço os professores da Rede, sei de suas competências, mas sei também que o
ser humano pode, e deve, sempre ir a busca incessante de suas próprias
superações. Sei da confiança que pais e responsáveis têm ao escolherem as
nossas escolas para as suas crianças e jovens – mais de 4.300 estudantes –, mas
também sei do desafio cotidiano por que passam todos os educadores e Gestores
Escolares, no sentido de encontrar um alinhamento entre escola e família,
escola e comunidade, escola e sociedade civil. Talvez o segredo do sucesso
resida na resolução dessa problemática. Sigamos, pois, o exemplo da Escola
Municipal Cícero Correia, observemo-la mais atentamente para que percebamos
como família e escola se sintonizam, em que grau de maturidade reside o DESEJO
DE VIDA tão conclamado pela grande educadora Madalena Freire e que se faz
primordial ao desenvolvimento humano, vejamos que nas mais simples soluções
residem os melhores resultados, ao passo que aquele educandário situa-se na
Zona Rural – historicamente estigmatizada – e possui estudantes de inúmeras
comunidades, inclusive distantes da sua sede, mas que sempre logra êxito
naquilo que se propõe a desenvolver.
Não
cabe a mim aludir a comparações entre municípios. Conheço o meu município:
Tabira. Sei que muito foi investido desde que assumi a Secretaria de Educação.
Possuímos um das mais completas Leis de Valorização da Carreira do Magistério –
foram mais 120% de reajuste salarial aos professores acumulados nesses 3 anos
–, informatizamos escolas, instalamos salas de Atendimento Educacional
Especializado, criamos a lógica na Rede Municipal de Tempo Integral, nomeamos
Coordenadores Pedagógicos por Escola, distribuímos material didático e
fardamento de qualidade, ofertamos merenda escolar nos 200 dias letivos,
inclusive com pratos de entrada, cumprimos rigoroso calendário de formação continuada
e em serviço, assinamos jornais de circulação diária para os educandários,
ampliamos as escolas, construímos quadras poliesportivas e implementamos tantos
outros feitos conhecidos pelos tabirenses. Sei de mim e do meu lugar, mas acho
difícil aparecem outros municípios com esse parâmetro.
Outrossim,
é importante pontuar que o próprio INEP/MEC construiu, de acordo com a
realidade de cada município, as Metas Projetadas para o IDEB até o ano de 2021
e que o nosso “sinal” está “verde”, uma vez que em 2011 conseguimos superar a
Meta, que era de 3,9.
Em
suma, no bojo dessa discussão, tenho orgulho da nossa educação, tenho orgulho
dos nossos professores, tenho orgulho dos nossos estudantes e, sobretudo, tenho
orgulho do povo de Tabira, tenho orgulho de ser um genuíno tabirense e de saber
que o nosso povo, por si só, possui um diferencial, é especial.
Na
qualidade de Educador, de Cidadão, de Agente Social e de Secretário Municipal
de Educação, coloco-me à inteira disposição de qualquer cidadão tabirense,
concomitante à postura que sempre assumi, à medida que agradeço-lhes pela
atenção.
Cordialmente,
Prof.
Gustavo César Barros Amaral
Secretaria
Municipal de Educação de Tabira – PE
Vice-presidente
Regional da UNDIME/PE
Tabira – PE, 16 de agosto de 2012.
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